segunda-feira, 21 de julho de 2008

Um "causo" de exploração com base-bíblica

Liguei a televisão e eis que um tele-pregador esbravejava e vociferava apoplético afirmando que em igreja dele não havia distinção de pessoas. Tanto o governador do Estado como o humilde servidor seriam tratados de igual maneira. 


De fato, o argumento dele era de que o Governador do seu Estado, deveria se submeter à sua autoridade espiritual, da mesma forma que ele, enquanto cidadão, deveria se submeter à autoridade do Governador em seu gabinete. 


Se ele mandasse varrer o chão e carregar cadeiras este deveria fazê-lo, por que ali ele mandava. (Em nome de Jesus, é claro). 


Impressionantemente, a platéia foi ao delírio com tal afirmação, aplaudindo calorosamente e validando aquele comportamento autoritário, que não objetivava colocar o Governador sob o seu tacão pastoral, mas, em última análise, justificar e validar o pesado jugo imposto sobre centenas e milhares de obreiros não remunerados e milhares, talvez milhões, de pessoas humildes que financiam e carregam nas costas os sonhos megalomaníacos daquele pregador.




Pelos aplausos, percebi que ele conseguiu seu intento. 


Fico pensando, se esse homem não tem consciência disso ou se é um enganador mesmo. 


Espero que não. Sinceramente, espero que não, mas há gente que conhece as entranhas desses neo-fariseus que diz que sim. São lobos vestidos de cordeiro e sobre eles não falta profecia na “Bíblia”. Para mim, no entanto, enganam e são enganados, esse é o meu ponto.



Esse mesmo pregador, em outra oportunidade, há uns três anos atrás, em um sermão veiculado na TV aberta, já estava se achando no direito de comprar um jatinho com as ofertas das viúvas, a exemplo de outros líderes conhecidos que já tem seus jatinhos, jatões e bancos com milhões de dólares em caixa a serviço do pai deles.

Agora, este pregador já deve estar bem próximo do seu objetivo, visto que numa de suas últimas tele-aparições ele elogiava seu mentor norte-americano cuja fortuna pessoal, segundo o seu próprio depoimento, ultrapassava dois bilhões de dólares, graças à “unção de prosperidade” que estava sobre ele, e passou a pedir ofertas de 900,00 Reais, e em troca "daria" uma Bíblia, e prometeu solenemente uma unção financeira sobre os ofertantes.


Ora, todos sabemos quem é o "deus" que promete: Tudo te darei se prostrado me adorares". Jesus não se dobrou a esse "deus" que promete riquezas aos seus fiéis seguidores.

O povo não percebeu, mas muitos líderes “Cristãos”, nacionais ou internacionais, se desviaram do caminho estreito e passaram para o outro lado da força, dobrando os joelhos a Mamom e lhe fazendo as vontades, todos eles pregando e brandindo a “Bíblia” como fonte de sua autoridade.

Pois não está escrito? “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão?”
Então por que o tomam em vão todos os dias os que se afirmam seguidores da “Bíblia” e intérpretes da Lei?

Deus não diria deles o mesmo que disse dos judeus? Se crêsseis nos escritos de Moisés creríeis em mim, pois ele falou de mim, mas não quereis crer nas minhas palavras (que são literalmente a Palavra de Deus).

Não está porventura escrito que os amigos de Jó foram repreendidos por Deus por tentarem falar por Deus e argumentar por Deus? Jó 13: 4-20 (com as minhas desculpas pelo estudinho bíblico).

Não está escrito que Jesus mandou aqueles que querem ser líderes, serem os primeiros a servir os seus irmãos?

Não lavou Ele os pés dos discípulos? Ou mandou os discípulos lamberem as suas sandálias?

E o que temos hoje?

Um livro, ou Escrituras que ganharam o status de Deus e qualquer charlatão, sincero ou enganado, ou ainda, mal intencionado passa, por esse raciocínio, a ser porta-voz de Deus, saindo pelo mundo para fazer a sua obra de Deus, pregando o oportunista “Evangelho de Malaquias”.

Hoje, o maldito (anátema) Evangelho de Malaquias viabiliza financeiramente qualquer igreja apostólica e estelionatária de fundo de quintal, assim como as grandes entidades religiosas que prosperam, desde há muito tempo, vendendo indulgências no passado e agora, vendendo bênçãos, prosperidade e libertação em troca de dízimos, ofertas e sacrifícios. 


Viabiliza também as mornas e insossas igrejas tradicionais, cuja diferença, é que em vez de pregarem o dízimo duas vezes por reunião, quatro vezes por dia, pregam uma vez por mês.

Ora, se estes crêem e querem que os outros pratiquem Malaquias em seu favor, ou a favor da “obra”, por que não crêem em Cristo que diz que a Obra de Deus é que se creia naquele que Deus enviou? De graça recebestes, de graça dai?

A resposta é porque o Deus deles não é Cristo, mas a “Bíblia” e por conta disso, Malaquias dá as ordens, e o velho e antigo abençoador das riquezas os enriquece.

3 comentários:

Thiago disse...

Olá, gostaria se possível que você me tirasse algumas dúvidas.

Você disse em outras postagens suas, que o Filho de Deus não existe, mas em muitas fala de Jesus como sendo um exemplo de perfeição e que só resta Ele, na verdade chegou a dizer que Ele identificou a satanás como sendo seu pai.

Pode me explicar isso?

Desde já, obrigado.

Melqui disse...

Sim.
Este Blog é, de fato, uma terapia e possui uma ordem cronológica.
Não se propõe a pregar uma doutrina sistematizada nem a fazer discípulos.

Como você percebeu, ainda há textos que enaltecem o Cristo bíblico e textos que enaltecem um Jesus/deus eterno e sem genealogia, superior ao deus/judaico, posto que, em tese, seria o verbo eterno criador de tudo o que é relativo no universo relativo, inclusive o próprio.

Os últimos tópicos já "raciocinam" a falsidade desse novo deus propagado e profetizado pela escritura.

Meus discernimentos deram uma volta de 360º, só que ao final, acabaram por demonstrar a imagem em espelho que o próprio Saulo já tinha avisado que era invertida, mas que as vítimas do engano se negam terminantemente a acreditar.

Há inúmeras coisas que o Saulanás fala e os crentes se negam a acreditar. Que ele é o principal dos pecadores, que ele recebeu a ceia do Jesus, que ele zanzou por todos os universos e céus, que ele é o mestre do ocultismo, que ele é um "homem espiritual" etc. etc. etc.

Na verdade, mais fichas já me caíram e ainda não publiquei no Blog. Mais por medo do que por misericórdia dos religiosos.
Penso todos os dias se não é hora de calar a boca.

Há um texto ou dois, entre os últimos em que eu falo que o último dominó a cair foi o Jesus, pois quando sobra só este, (só Jesus) resta apenas uma dúvida: DEUS tem filho ou não tem filho?
DEUS precisa de filho?
DEUS perdoa ou não perdoa?
DEUS exige sangue?
DEUS exige sangue de filho?
DEUS gosta de sangue?
DEUS gosta da mortandade?
DEUS gosta de sacrifícios

Pois eu me arrisco a afirmar.
SE DEUS é absoluto ele não precisa de nada e é capaz de absolutizar sozinho o que se havia relativizado.

Isto é uma boa nova!.

Obrigado por ler e por ter lido, perceber a incongruência.

Devagar eu vou acertando os textos.
Alguns tem jeito.
Outros são irreformáveis. heheheh O jeito é deletar.

Melqui disse...
Este comentário foi removido pelo autor.