quarta-feira, 13 de junho de 2012

Marcião de Sinope

Li estes dias um pouco sobre o Marcião. 

Já fui acusado de ser isso aí... heheh 

E pelo que li, durante um tempo meu discurso ficou um pouco parecido com o discurso desse pensador. 

Não me faltou tentação do diabo para abrir igreja. 

Sou contrário ao dualismo. 
O Demiurgo, criador do universo relativo, não é Demiurgo nem Jeová. É, segundo penso, o próprio Lúcifer que se auto-denomina Jeová e Senhor dos Exércitos. 

Nunca cheguei a pensar que Velho e Novo testamento fossem algo separado, embora "parecesse" dissonante. 

Na tentativa de salvar a pele do Jesus Eterno, me parecia haver apenas um evangelho verdadeiro e seria este o João, por não contar a história da carochinha. 

Mas como alguns aqui me alertaram, o João corrobora toda a mentirada. Ele faz parte da quadrilha, e o Jesus bonzinho e cheio de misericórdia volta depois de umas férias, cheio de ira, morte e maldição, tal qual o pai dele. 

Não tem Jesus bonzinho nem pai de Jesus bonzinho. 

É o velho acusador, vingativo e matador que odeia a humanidade e lhe coloca a culpa de todos os males que a assolam. 

Marcião, tem que apelar para o Veja Bem, para explicar o inexplicável. Como todos os outros.

Minha aproximação com Marcião foi como um cometa. Se aproximou e depois se afasta para bem longe. 

O que não me livra da pecha de heresiarca, eis que me parece, sou mais herege que o Marcião. 

Muito mais. 

5 comentários:

bebediouro disse...

veja esse video e me diga o que voce acha sobre esse assunto Ronald,

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=0gbUL4NLOb8#!

Melqui disse...

Me dei o trabalho de ver o vídeo.

Sinceramente, é uma mensagem luciferiana repleta de acusações tanto à religiosidade como à ignorância da humanidade que se deixou enganar pela luciferiana religião.
Os idiotas ou idiotizados devem seguir os cognoscentes.

No mais, fala verdades acerca das leis primordiais do universo relativo, as quais deifica e chama de VERDADE.

O trabalho de acusação é genial e primoroso, bem como a citação das advertências contidas em inúmeras escrituras "proféticas". Ou seja, sempre houve um aviso aos incautos, mas afinal, eles não quiseram ouvir. Amaram mais as trevas do que a "luz".

Pois repito o que venho dizendo.

A tal "criação" é tão somente a degeneração do absoluto, o qual não é nem ao menos cogitado por esses seres "cognoscentes" talvez responsáveis pela "queda".

bebediouro disse...

Desculpa a minha chatice Ronald, mas lhe pergunto, voce conhece esse homem? Jan Val Ellam

Tem vários videos dele no Youtube.

Melqui disse...

Não conhecia, até você citar.

As revelações parecem ser luciferianas.
As acusações também.

Como sempre, a coisa vem amparada em verdades.
Essa coisa dos extraterrestres, da vindo do "Jesus", do Jeová "criador" do universo relativo, me parece verdade.

Tenho falado coisas parecidas, como a absolutização daquilo que fora relativizado.

Esses caras falam de reintegração cósmica, que parece, mas não é aquilo que tenho afirmado. O grande barato deste senhor do universo relativo, é a matéria.

Não nos enganemos.

Lucas Corrêa disse...

Poucos sabem disso, mas a heresia de Marcião de Sinope motivou a Igreja Católica a criar o conjunto de livros hoje conhecidos como Novo Testamento.

Em seu livro Origem do Novo Testamento, Adolf von Harnack argumentou que Marcião viu a igreja em seu tempo em grande parte como uma “Igreja do Antigo Testamento” (que "segue o Testamento do Deus-Criador"), sem um cânon do Novo Testamento firmemente estabelecido, e que a Igreja gradualmente formulou o seu cânon do Novo Testamento em resposta ao desafio proposto por Marcião.

Marcião rejeitou a teologia do Antigo Testamento por completo, e considerou o Deus retratado ali como um ser inferior. Ele alegou que a teologia do Antigo Testamento era incompatível com o ensinamento de Jesus a respeito de Deus e da moralidade. Marcião acreditava que Jesus tinha vindo para libertar a humanidade da autoridade do Deus do Antigo Testamento, e para revelar o Deus superior de bondade e misericórdia a quem ele chamou o Padre. Paulo e Lucas foram os únicos autores cristãos que encontraram favor em Marcião, embora as versões de Marcião destes autores fossem diferentes dos posteriormente aceitos pela linha principal do cristianismo.

Marcião criou um cânon, um grupo definido de livros que ele considerava totalmente autoridade, e rejeitou todos os outros. Este Canon era composto das dez das epístolas paulinas (sem as epístolas Pastorais e a Carta aos Hebreus) e o Evangelho de Lucas. É incerto se ele editou os livros, expurgando-os dos que não concordavam com seus pontos de vista, ou se suas versões representavam uma tradição textual separada.

O Evangelho de Marcião, chamado simplesmente o Evangelho do Senhor, é diferente do Evangelho de Lucas pela falta de quaisquer passagens que ligavam Jesus com o Antigo Testamento. Marcião acreditava que o Deus de Israel, que deu a Torá aos filhos de Israel, era um deus completamente diferente do Supremo Deus que enviou Jesus e inspirou o Novo Testamento. Marcião denominou sua coleção de epístolas paulinas de “Apostolikon”. Esta coleção também diferia das versões aceitas pela tardia ortodoxia cristã. Além de seu Evangelho e do Apostolikon, ele escreveu um texto chamado Antítese, que contrastava o ponto de vista do Deus do Novo Testamento e da sua moralidade com a visão e moralidade do Deus do Antigo Testamento.

O cânon e a teologia de Marcião foram rejeitadas como heréticos pela Igreja Primitiva, no entanto, isso forçou os outros cristãos a considerarem quais os textos eram canônicos e por quê eles o eram. Ele estendeu suas crenças amplamente, e elas se tornaram conhecidos como Marcionismo. Na introdução de seu livro "Escritos Cristãos Primitivos", Henry Wace, declarou:

“Um teólogo moderno... não poderia recusar-se a discutir a questão levantada por Marcião, se existe oposição entre as diferentes partes que ele considera como a palavra de Deus, e que tudo não poderia vir do mesmo autor”.

Robert M. Price, um estudioso do Novo Testamento na Universidade de Drew, considera o problema do cânon Paulino: como, quando e quem recolheu as epístolas de Paulo para as várias igrejas como um único conjunto de epístolas. A evidência de que os Padres da Igreja Primitiva, como Clemente, conheciam das epístolas paulinas não é clara. Price investiga vários cenários históricos e chega à conclusão e identifica Marcião como a primeira pessoa conhecida na história a recolher os escritos de Paulo à várias igrejas em um conjunto, como um cânon, as Epístolas Paulinas. Robert Price resume:

"Mas o primeiro coletor das Epístolas Paulinas foi Marcião. Ninguém mais que conhecemos seria um bom candidato, e certamente não seria o fictício Lucas, Timóteo e Onésimo. E Marcião, como Burkitt e Bauer mostram, preenche este perfil perfeitamente." Se isto estiver correto, então o papel de Marcião na formação e desenvolvimento do cristianismo é essencial.